terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Reflexões sobre nós (anúncio de férias)

Reflexões sobre nós (anúncio de férias)



Encerramos mais um ano de colunismo. É sempre bom uma parada para reflexão. E esse texto é para isso: refletir sobre o nosso “trabalho” neste portal.

Escrever não é fácil. Exige muito. Mantenho uma carga de leitura grande. São dezenas de livros lidos e, alguns deles, relidos durante os 365 dias. Além disso, proponho-me a ler, diariamente, jornais e revistas sobre os mais diversos temas. Um leitor faminto.

Na verdade, não leio para manter a coluna atualizada. Não direciono minhas leituras a fim de que sirvam a um propósito que não sejam um deleite, um regalo, uma forma de enfrentar a mediocridade dos dias. Leio para não mergulhar na banalidade que nos assalta diariamente. Os textos são consequências disso.

Nesse caminhar de leituras e releituras, a gente passa a formar certas convicções, certas posturas. Começa a criar uma espécie de cabedal, de arcabouço responsável por direcionar os textos publicados e as palavras ditas e escritas.

Tenho um norte. Um horizonte. Algo que me direciona. Sou defensor das liberdades fundamentais, da livre expressão e do direito de se posicionar livremente, sem amarras. Não tolero uma porção de coisas: populismo, mentiras como método de vencer disputas políticas e tentativas de autoritarismos em nome do povo. Enfim.

Não pretendo ser isento de tudo. Tenho minhas preferências. E os textos as carregam, volta e meia. Invadem-nas, dando um toque de minha parcialidade. Não fujo disso. Tento, evidente, sopesar esses meus sentimentos a fim de que eles não contaminem (tudo) o que escrevo, o que penso. Não é tão simples.

O meu estilo, a minha linguagem, entendo eu, equilibra-se entre o mais ou menos sofisticado ( desculpe-me pela presunção) e o popular. Não escrevo para um público seleto. Nem para o povão. Não sou escravo de nenhum dos lados. Sou um, metido, escrevedor de textos.

Os motes são os mesmos, de há muito. Política, cotidiano, Direito e uma porção de coisas que pululam por aí. E eles vão me invadindo como fantasmas, atazanando o meu espírito e me provocando. Sou “assombrado” por eles dia e noite.

Sinto falta, na coluna, do retorno dos que se dispõem a lê-la. Não sei quantos e quem são os meus (in) fiéis leitores. Machado de Assis, um dia,com sua ironia genial, escreveu que tinha apenas três. E dedicou um livro a eles. Eu, mais presunçoso, acredito que eu tenha mais. Uma meia dúzia, sem ironia ( aqui incluo familiares), sei lá. Não me importo. Escreveria ainda que fosse para um leitor. Ou para mim mesmo.

Priorizo textos curtos. Evito citações longas. Não me alongo na estrutura das frases e do pensamento. Uma espécie de respeito ao leitor. Uma tentativa também de ser compreendido. Afinal, escrever nada mais é do que uma tentativa, vã, de se fazer entendido.

Enfim. Penso em 2013 sem grandes expectativas. Afinal, de certa forma, sou um pessimista. Tenho uma baixa expectativa em relação ao ser humano, principalmente em quem milita na atividade política. É nela que desenvolvemos, escancaramos, o que temos de pior. Submetido ao exercício do poder, o ser humano revela toda a crueza entranhada nele.

Mas pretendemos estar aqui para conversar. E construir, ainda que sobre ruínas, os dias que se seguirão. Quem sabe, volta e meia, no meio dos escombros deixados no caminho da atividade política, não encontramos alguma flor perdida, denunciando que há vida nos despojos produzidos pela ação de governantes e pessoas interessadas em seu próprio umbigo.

Peço licença a vocês para um descanso. Vou me ausentar no fim do mês de dezembro e em todo mês e janeiro. Uma espécie de folga. Volto, se tudo der certo, em fevereiro de 2013. Será um ano longo. Espero, então, atravessá-lo em suas companhias , caros e caras leitores.

Até a próxima. Felicidades sempre.

Um comentário:

  1. É isso Zeferino Júnior, nada mais, nada menos, continue nos incentivando a ter uma ideia mais crítica de nossa realidade. Boas Férias. Avante!

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