quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Eleição de Teresina e o Lulismo
















Eleição de Teresina e o Lulismo

Seria possível amesquinhar mais ainda o amesquinhado e ridículo processo eleitoral para prefeito de Teresina? Fico a pensar.

Candidatos ocos, propostas idiotizadas, com jingles mais idiotas ainda, e ameaças veladas vocalizadas pelos detentores dos postos mais altos da república.

Prefeito apto só o que tiver alinhado, partidariamente, ao maior cargo do executivo nacional, deixou entrever a mandatária maior da república de bananas mais famosa da América Latina, num vídeo exibido no programa eleitoral do candidato do PTB.

Num dos episódios mais grotescos, um vídeo de um político tucano desanca o bolsa-família. A idéia é transmitir o quão são maléficos os políticos tucanos. De como são elitistas. Mal sabem eles ( eles sabem, ah! sabem, sim)  que a estrutura dos programas sociais assistencialistas começou a ser gestado, da forma como está, por Ruth  Cardoso, esposa de Fernando Henrique Cardoso, governo da época.

E mais: uma consulta simples no youtube vai se chegar a um vídeo em que nada menos do que Luiz Inácio Lula da Silva, em nove de abril de 2003,  faz troça dos programas: “ antigamente, quando chovia, o povo corria para plantar o seu feijão, o seu milho e sua macaxeira, porque ele sabia que ia colher alguns meses depois. E, agora, tem gente que não quer mais isso porque fica esperando o vale-isso,  o vale-aquilo, as coisa que o governo criou para dar para as pessoas”.

Em pleno processo de julgamento dos maiores crimes organizados por uma legenda partidária ( o Mensalão), estar alinhado a eles é sinal de bom agouro, de progressismo. Deus meu! Onde nós estamos. E para onde vamos.

A resposta dos tucanos, tímida e envergonhada, apela à subserviência, ao medo do enfrentamento. Chegaram a dizer que são amiguinhos, também, da presidente e vão entrar em seu gabinete com mais de oitocentos mil teresinenses.

Porque, com dedo em riste, não dizer em alto e bom som: não aceitamos ameaças de quem quer que seja. Não aceitamos que políticos eleitos de forma democrática  passem a ameaçar a população de uma capital de forma tão desavergonhada.

Porque não apontar, num contraponto honesto, as grandes conquistas operadas por Fernando Henrique Cardoso – controle da inflação (aqui se permitiu melhorar a vida de todos), Lei de Responsabilidade Fiscal, privatizações que melhoraram a vida das pessoas, ajuda aos bancos, o que permitiu passar pelas crises financeiras mundiais quase incólumes -, enfim.

Mas o povo não entende, diria um marqueteiro-ideólogo-tucano. O importante é ganhar a eleição. E  para ganhar é preciso esconder algumas condutas, tidas como desabonadoras pelo povo, esse ente quase metafísico.

Sinceramente, não dá. Dizem que o julgamento do Mensalão, relatado por Joaquim Barbosa, inaugurou um novo Brasil, uma nova consciência. Nada mais falacioso. A maioria não está nem aí para isso.  O que inaugurou uma nova nação foi, realmente, o lulismo. Esse, sim, criou uma espécie de mística, que contaminou o país de forma constrangedora, legando uma herança que amesquinha e que dita comportamentos de homens públicos e do populacho.  

A eleição para prefeito de Teresina, infelizmente, não escapou dessa idéia. Ao contrário, travestiu-se dela com eficácia, transformando o processo de escolha do prefeito da capital numa tragédia cômica e burra.

Zeferino Júnior – z_junior@bol.com.br – Servidor Público


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