quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Política de SRN: o eterno confronto



Estamos finalizando mais um capítulo da história política de São Raimundo Nonato. No seu centenário, a cidade assiste a uma disputa que tem história e que marcou, de certa forma, toda uma geração.

Quis o destino que, no seu centenário, SRN revivesse esse embate, essa contenda, essa disputa. Macedo x Ferreira é uma reedição e uma confirmação de uma história longeva que tem todos os traços de nossa política real.

Dia 07 o povo vai reeditar o passado. Um passado que não quis passar. Um eterno presente que se materializará com a vitória de um ou de outro.

Esta campanha, como todas as outras, ganhou seus contornos dramáticos desde o primeiro momento. As disputas iniciaram-se nos bastidores até ganhar às ruas. E foi nas ruas que tudo se plasmou, se materializou.

Comícios, passeatas, conversas, reuniões. A soma disso se chama campanha eleitoral. O corpo-a-corpo transforma o que é teoria em realidade. E o olho no olho aproxima eleitor de candidato.

Sou um cético em relação à política. Entendo que só a vivenciamos porque é necessária. A nossa natureza, carregada de sentimentos ignóbeis ( avareza, ambição, inveja etc.), não muda. Por isso que, em regra, a política é o que é: um antro de corrupção, de devassidão e jogatinas.

Se fossem feitas por anjos, seria um paraíso de contemplação, convergência e mansidão. Aliás, não haveria política, neste caso. O que alimenta a política é o confronto, a luta renhida; e a política alimenta o conflito, o embate etc. O movimento é circular e autofágico.

É claro que existe alguns que tem mais compromisso com valores caros à sociedade. Mas, não se enganem, a grande maioria é medida pela régua dos iníquos, dos corruptos, dos malfeitores, dos vendilhões do dinheiro público.

A arena política dá vazão a tudo de ruim que carregamos atavicamente, porque coloca em jogos poder e dinheiro, elementos que têm o condão de revelar muito do que somos. E somos ruins. A política é o que é porque somos que somos, já disse o homem que “inventou” a ciência política – Maquiavel.

Alguns ingênuos acreditam no povo, essa “entidade” que deve ser destinatária das ações dos governantes. O povo é o poder. A voz do Povo é a voz de Deus. O povo é sábio. E assim vai.

É duro, mas é realista dizer: não acredito nisso. O povo somos nós. São os indivíduos. E os indivíduos são como são. A soma dos indivíduos, leia-se, a soma das nossas iniqüidades forma um todo. E esse todo é a soma de nossos vícios. Claro que não somos formados só por vícios. Há virtudes. Poucas, mas há.

Toda vez que tomba um caminhão numa estrada qualquer, prestem atenção!, o povo, não o idealizado pelos manuais de esquerda, toma de assalto a carga, leva tudo, não deixa nada. É esse povo que elege, que vota, que traça o futuro de uma comunidade.

O que eu quero dizer com isso? Que o povo deve ser excluído do processo? Que sou demofóbico? Não, absolutamente. O sistema não dever ser mudado. É o pior sistema, fora todos os outros que já inventaram.

O povo deve continuar votando, para o bem do regime democrático. É assim que tem que ser. Eu, indivíduo, é que tenho uma baixa expectativa com relação à motivação dos outros. Mas sou um defensor fervoroso da democracia representativa. É ela que civiliza, que domestica a fera que nos habita e que nos pode dizer sobre algum futuro.

Pois bem. Havia saído da trilha. Volto a ela. Macedo e Ferreira voltam a protagonizar a disputa que vai definir o nosso futuro político de quatro anos, pelo menos. O futuro, como já dito, que é passado, velho mesmo.

Reavivar isso é recontar a história política de SRN. Em 1972,  Newton Macedo e Gaspar Ferreira se enfrentaram: vitória dos Macedo; em 1982 e 1992, novos enfrentamentos, derrota dos Macedo.

Em 2012: olha eles aí de novo. Um empate se aproxima? Ou a vantagem dos Ferreira vai se alargar? Quem votar verá.

Daqui a dois dias tudo se resolverá. O novo governante, aquele que prometeu rios de mel, montanhas de pão e céu de brigadeiro nos entregará a realidade nua e crua, como todos sabemos.

Foi assim no início dos tempos. É assim hoje, que é reedição de um passado que insiste em permanecer.

Bom voto a todos.

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