sexta-feira, 22 de junho de 2012

Fui pajem no casamento errado!!


LUCAS FERRAZ
A última que me aconteceu vocês nem vão acreditar. Pelo tamanho do texto podem achar que daria um livro... um filme, com certeza! Obrigado, desde já, a quem conseguir ler até o final!
Recebi um convite, lindo, num bloquinho acompanhado de uma caixa de lápis de cor, onde tinha uma música que conheço e gosto muito, do Toquinho, “o Caderno”. Era para eu ser pajem no casamento de uns amigos da mamãe. Tia Mara e Tio Leo, os noivos, organizaram o casório, cuidadosamente, nos mínimos detalhes, durante uns dois anos e, aproveitando o feriado de Corpus Christi, pegamos um avião e fomos para o grande dia, 08.06.2012, na cidade de Fortaleza-CE.

Eu sabia que deveria me vestir de “galo” – lembrando da música da Galinha pintadinha que diz que “a galinha usa saia e o galo, paletó” – desde então achei o máximo. Sabia, também, que teria que caminhar sobre um tapete vermelho da igreja, tocando um sininho, com fotógrafos à minha frente, até o altar onde estaria o padre e a mamãe me esperando pra encher de beijos, caso eu fizesse tudo direitinho.

O casamento estava marcado para as 8 horas da noite e como os pajens e daminhas eram todos mais ou menos da minha idade, eu com 2 anos e 7 meses, a mamãe foi quem mais recomendou que a Tia Mara não se atrasasse muito, já que meu soninho chega sempre por volta das 9 horas e criança com sono costuma não querer graça com ninguém.

Pensando em chegarmos cedo na igreja para eu ver o que exatamente eu deveria fazer, estávamos dentro do táxi, na porta do hotel, às 7:15 da noite quando, de repente, parou uma van do nosso lado e o motorista disse assim: “- Vocês estão indo para o casamento da Mara e do Leonardo? Pois eu vim busca-los!” Saímos do táxi e fomos com ele.

Embora a Tia Mara não houvesse confirmado que a tal van passaria para nos buscar, ela havia dito algo nesse sentido à minha mãe que, por sua vez, havia mesmo lhe dito qual seria o nosso hotel. Tudo certo, então! Já estavam no carro, naquele momento, um irmão da Tia Mara, o Agnaldo, com sua esposa Vanessa e seus dois filhos. O motorista, antes de sairmos, comentou que havia recebido o nome de outros amigos nossos – Paulo e Rose, Valdete e um outro pajem que estava no Marina Park Hotel. Estes também foram de Teresina para o casamento, então, confirmadas as informações, mas não tendo eles aparecido, nos dirigimos à igreja.

A Igreja era linda! Bem grande, com ar condicionado (como a Tia Mara havia dito) e poltronas individualizadas e acolchoadas dispostas em degraus, como se fosse um anfiteatro. A mamãe se dirigiu, de imediato, ao cerimonial e disse que eu era Lucas Ferraz, o pajem. A senhora demonstrou estar feliz em me ver e disse que eu entraria tocando o sininho, exatamente como eu havia ensaiado em casa.

Enquanto aguardávamos, mamãe repassava comigo como seria o meu “grande momento” e tentava me distrair e ao mesmo tempo me manter comportado para não desarrumar a “beca”! Melhor ainda foi quando a tia do cerimonial me deu uma latinha cheia de balinhas... aí pronto, fiquei quietinho, me deliciando, até que ela nos chamou e disse que eu entraria antes do noivo.

Fiz tudo direitinho! Mamãe ficou comigo até eu começar a caminhada no tapete vermelho e foi me esperar lá na frente, próximo ao altar. Eu era o único pajem e caminhei tranquilamente, como o vovô Aramis e a vovó Tereza haviam ensinado, tocando o meu sininho. Já chegando lá na frente, lembrei de procurar a mamãe e parei... suspense! Ela fez o “assobio da Família Ferraz” e eu a avistei lá no local combinado. Era o que faltava, terminei a caminhada e corri para os braços dela.

Mamãe me encheu de beijos e disse que eu estava lindo, me deu os parabéns e agradeceu! Foi quando, de repente, ela olhou para o noivo, que entrou depois de mim, e... NÃO ERA O TIO LEO!!!! Estávamos no casamento errado!!!!!!

Naquele instante mamãe enlouqueceu... me pegou nos braços e fomos avisar ao papai que estava sentado no meio da igreja. Ela fazia mímicas para ele, para não atrapalhar o casamento alheio, mas ele não entendia o que se passava! Depois ainda disse que tinha achado uma senhora a cara da Tia Mara, devia ser a mãe dela!! Esse papai!!

Avisamos à senhora do cerimonial – que deve ter pensado que haviam arranjado um pajem de última hora, porque o casamento só tinha duas daminhas que entrariam antes da noiva – e pegamos o primeiro táxi parado na frente da igreja.

Mamãe entrou desesperada e pediu que o motorista nos ajudasse a chegar à tempo no casamento da Tia Mara, pois a essa altura já eram 8:30 – hora limite para entrada da noiva! O taxista foi extremamente indelicado, disse que não tinha nada a ver com o problema e que não sabia mesmo onde ficava a igreja, por isso devíamos sair do carro dele e pegar outro táxi. Vocês acreditam! Era o que faltava para completar a noite – mais chateada ainda, mamãe me pegou no colo e esqueceu, no banco de trás, a máquina fotográfica e com ela todos os registros do acontecido.

No caminho, fizemos contato com a Tia Flavinha, que seria madrinha do casamento e explicamos o ocorrido. Ela avisou por lá e nos esperaram chegar, atrasadíssimos, às 8:45 h. Mas estávamos tão aflitos que já não tive disposição de entrar na igreja! Verdade! Lá havia um monte de gente, a igreja era diferente e se eu entrasse por aquele corredor, me perderia da mamãe, foi o que eu pensei! A essas alturas eu já estava com calor, com sono e queria mais era ir dormir!

Resultado: fui pajem aquela noite, ninguém pode negar! Com tão pouca idade, dei conta do recado direitinho. Mas o que para nós, a princípio, saiu barato, para Tia Mara e Tio Leo saiu muito caro mesmo – Tia Mara havia me escolhido para esse dia quando eu ainda estava na barriga da mamãe e contrataram um motorista, “bem mais velho que eu”, para nossa comodidade e como garantia de que chegaríamos no horário, mas ele, por falta de atenção, não deu conta do serviço. Sou mais eu! Acabaram ficando sem a minha presença nas fotos, nos vídeos e na recordação daquele dia tão especial para eles e para mim também. Se eu fosse eles pegaria meu dinheirinho de volta!

A mãe da Louise, uma das daminhas, é que ainda tirou uma foto minha – ainda bem! E a mamãe conseguiu o telefone da noiva da Igreja da Glória para tentar conseguir com ela algumas fotos, só estamos aguardando ela voltar de lua-de-mel.


 E outra: sabe o Tio Agnaldo (!) Saimos tão apressados para a Igreja de São Vicente de Paula que nem o avisamos. Ele só foi perceber quando a noiva entrou e não era a sua irmã. Aff... mas ele também chegou a tempo de ver Tia Mara entrando na igreja. Já pensou (!) Ele veio de São Paulo só para o casamento.

Até hoje mamãe não acredita nessa história. Ela se sente como se estivesse hipnotizada naquele dia. E olha que estivemos um bom tempo com a latinha de bombons nas mãos e sequer nos atentamos para olhar as iniciais grafadas. Lá estava escrito “K e S” – de Karoline e Sobrinho, e não “M e L” como haveria de ser! Neste dia aprendi a importância dos detalhes!

E foi assim. O casamento da Tia Mara e do Tio Leo estava um capricho só: a música, a decoração, a noiva, então – uma princesa! Missão cumprida, de certo modo, fui da igreja para o hotel, dormir com a Tia Ceição. Já Mamãe e Papai se divertiram a noite toda na festa que, segundo me contaram, estava linda! Ainda ganhei um mimo dos noivos: uma caixinha fofinha, com as iniciais dos noivos e um carro de vidro dentro, cheinho de jujubas – estas vão acabar rapidinho, mas o carrinho, com certeza, vou guardar de lembrança deste dia inesquecível para todos nós!

Beijo grande,

Lucas Ferraz Gonzaga Vieira

Um príncipe, o único pajem da noite!!!


Olha o papai ali do lado!!!

Uma paradinha para procurar a mamãe!!

P.s. Fotos cortesia dos noivos, Karoline e Segundo. Muito obrigado!


4 comentários:

  1. Este Lucas!! Tão novo e já tão cheio de histórias para contar.
    Adorei a aventura!!! Bjos da tia que te ama, Antonielle.

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  2. Olá Lucas!

    Fiquei surpresa e feliz ao mesmo tempo quando soube que havia ganho um lindo pajem de presente, na hora achei que fosse o meu priminho Ítalo que tivesse resolvido entrar. Não fazia ideia do que acontecera. Assim que cheguei na igreja o cerimonial foi logo me dando a notícia...
    Suas fotos ficaram lindas! Todos lhe elogiaram, "olha como ele entrou direitinho", diziam.
    Infelizmente não tive o prazer de te conhecer, mas com certeza você estará bem lindo no álbum.

    Como disse o noivo: Obrigada pelo engano!
    Ass: Karoline Freire Nogueira, a noiva.

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    1. Tia Karolina e Tio Segundo!!
      Só agora vi seu comentário no blog do papai!! Ficará arquivado, com muito carinho, para eu ver quando crescer! Muito obrigado pelas fotos... todos adoraram!
      Eu é que agradeço a oportunidade!!
      Qualquer dia desses nos conhecemos pessoalmente!
      Beijo grande e muitas felicidades aos dois!
      Lucas Ferraz

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