quarta-feira, 20 de junho de 2012

O Sertão não virou mar

O sertão que não virou mar

Sol, calor e carência. A luminosidade que abraça tudo e a todos. As sombras que rareiam e se escondem (ou aparecem) nas poucas coisas que, expostas, conseguem produzir um frescor por bloquear a voracidade dos raios que despencam, unidos, em bloco, do céu todo azul do sertão que não virou mar.


É o ambiente que devora, que, no calor, ata e desata vidas, que imprime um ritmo, um estilo ao sertanejo fatigado, cansado, mas sorridente do sertão que ruge, que grita.

Nesse ambiente hostil, o sertanejo toca sua vida indiferente à luminosidade excessiva que expõe e cava fendas nos rostos desgastados e sofridos dos que, de há muito, são fustigados diariamente pelos implacáveis solavancos vertidos com a força imorredoura da natureza.

E eles vivem. Trabalham, quando podem, quando acham e, às vezes, quando querem. E amam, quando podem, quando deixam, quando se permitem. E bebem, mesmo quando não podem. E se divertem, como podem, como pode!?


Zeferino Júnior

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