segunda-feira, 18 de junho de 2012

Nelson, o maior de todos!



Nelson era e, ainda, é o maior de todos os cronistas. Implacável e extremamente sensível, Nelson nos legou o que é de melhor da crônica, do teatro e dos romances. É o meu escritor favorito. Meu mestre maior.

Vejaonline

Nelson Rodrigues (1912 – 1980) estaria completando um século de vida neste ano. Em efemérides como essa, é natural que pipoquem relançamentos de seus livros, novas montagens de suas peças e outras homenagens – todas merecidas, diga-se. O que destaca o livro inédito Nelson Rodrigues por Ele Mesmo (Nova Fronteira, 272 páginas, 34,90 reais) dos demais lançamentos é o fato de ter sido “escrito” pelo próprio Nelson.

A mágica se deu através do ótimo trabalho de organização e edição feito pela jornalista Sonia Rodrigues, filha de Nelson. Ela selecionou diversos trechos de entrevistas concedidas pelo pai ao longo de sua vida e os juntou com fragmentos de crônicas. A organizadora se limita a fazer intervenções pontuais e bem vindas, quase sempre para conectar uma frase ou uma idéia a outra, mas jamais alterando o sentido da fala ou da argumentação do autor. A edição do livro, bem cuidada, ainda teve a feliz idéia de colocar as palavras de Sonia em negrito, para os leitores saberem exatamente onde há intervenção.

O surpreendente resultado, anunciado pela editora como uma “autobiografia póstuma”, pode ser também interpretado como mais uma de suas “Confissões” – título de sua coluna diária publicada no jornal O Globo, entre 1967 e 1980. Se em alguns momentos Nelson soa machista e ultrapassado, em outros está ainda mais atual e contundente.

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