domingo, 11 de novembro de 2012

PT e PSDB juntos no Piauí?


  

 
PT e PSDB juntos no Piauí?
O recado está dado. Sem meias palavras, o PT do Piauí, por meio de alguns de seus dirigentes, foi claro: é possível uma composição com o PSDB local para a disputa das eleições em 2014.

Traduzindo: qualquer tentativa de isolar o partido, comandada pelos cardeais do famigerado blocão, pode ter como resposta essa impensável união com o partido mais demonizado pelos petistas na última década.

O projeto político do PT nacionalmente tinha e tem como fundamento maior a execração dos tucanos. Isso tem sentido. Os tucanos antecederam o PT na presidência e, por meio de FHC, construiu, com todas as falhas, uma ideia de estado. E foi essa ideia que permitiu alguns avanços que estão na raiz de parte da estabilidade e prosperidade que o país enfrenta hoje.

A existência desse capital político e administrativo torna menor a figura do popularíssimo Luiz Inácio. Atestar e registrar esses avanços diminui, embora não apague, os feitos operados pelo presidente-operário.

Isso explica, por exemplo, porque Lula, no alto sua gigantesca popularidade, soltava imprecações contra o nada popular FHC, em palanques Brasil afora. A presença do tucano, sua sombra, a possibilidade de as pessoas reconhecerem os ganhos obtidos na gestão anterior, não só incomodavam Lula, mas o deixavam possesso. E deixam.

Era preciso não só governar o país, mas repassar a ideia de que tudo foi criado a partir da gestão petista. Antes, a escuridão; depois, a luz. Essa é a dinâmica até hoje do projeto de poder que está em curso.

Por isso, alianças com Maluf, Sarney, Jáder, Collor, Renan Calheiros etc. que ajudem a derrotar os demônios de então (tucanos) são feitas sem nenhum constrangimento. Os velhos inimigos, hoje amigos, podem ser abraçados sem que se precise muito explicar. São novos companheiros de luta.

Será que FHC, Serra e todos os tucanos são figuras mais detestáveis do que os da “velha guarda”? Será que Firmino e Sílvio Mendes, por exemplo, encarnam o mal absoluto, o que há de pior na política piauiense? Acho que não.

Confesso que não acredito muito numa união, aqui no Piauí, de petistas e tucanos. No final, prevalecerá o pragmatismo e a ideia central de que existem diferenças ideológicas incontornáveis entre as duas agremiações.

É certo que, a despeito da derrota acachapante do senador Wellington Dias para prefeito de Teresina, o nome do senador é, de início, o mais cotado para figurar como candidato a governador em 2014. Tem-se um candidato em busca de uma aliança partidária que o sustente. A depender do trato, o senador petista pode cair no colo de qualquer um.

O cenário, hoje, favorece o petista. Não adianta ter um arco de alianças se não há uma figura capaz de sustentar o peso de uma candidatura desse naipe.

Wellington Dias, gostem ou não, é ainda o nome que incendeia, que tem grande penetração no eleitorado do interior do Estado. Além disso, não há no meio político, atualmente, outros nomes capazes de rivalizar com o ex-governador.

Mas só são especulações. Nada além disso. A união de petistas e tucanos no sofrível Piauí é improvável. Mas o recado tá dado. E para bom entendedor.....

Zeferino J̼nior РServidor P̼blico- z_junior@bol.com.br.





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