Em evento que lançou candidatura de Lapas em Osasco, presidente da legenda diz que condenações no STF são parte de 'golpe'. E avisa: 'O PT vai reagir'
PT lança candidatura de Jorge Lapas para prefeito, e
Valmir Prascideli (PT), vice-prefeito, de Osasco. O evento contou com a
presenca do Ministro da Saude, Alexandre Padilha, Prefeito de Osasco,
Emidio de Souza, Presidente do PT, Rui Falcao, Presidente do PT de Sao
Paulo, Edinho Silva, em Osasco na Grande SP
(Renato Silvestre/Folhapress)
Diante das claras evidências de que os sucessivos achaques ao Supremo
Tribunal Federal e os ataques à imprensa livre não foram suficientes
para que tivesse êxito a ofensiva lulopetista lançada para desmontar a
"farsa do mensalão" - maior escândalo de corrupção da história política
do Brasil -, o partido agora endurece a retórica e parte para as
ameaças. Durante o evento que lançou a candidatura de Jorge Lapas à
prefeitura de Osasco - o candidato lançado originalmente pelo partido,
João Paulo Cunha, desistiu da disputa após ser considerado corrupto pelo STF e acumular três condenações no julgamento do mensalão
-, o presidente do PT, Rui Falcão, lançou sua artilharia verbal contra o
Poder Judiciário. E avisou: "Não mexam com o PT, porque quando o PT é
provocado, ele cresce, reage."
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Falcão classificou a condenação de Cunha, que recebeu 50.000 reais de
propina do valerioduto quando presidia a Câmara dos Deputados, como um
"golpe" contra o PT. Como é de prache no partido, Falcão culpou a
"elite" e a "mídia".
Segundo ele, tudo não passou de uma armação dos opositores que exercem
controle sobre o Judiciário e sobre a imprensa. Vale lembrar que foram
justamente os petistas, liderados por Lula, que tentaram controlar os
rumos do julgamento no Supremo. A estratégia incluiu, até mesmo, uma clara chantagem ao ministro Gilmar Mendes,
que denunciou a ação de Lula. A mais alta corte do país, contudo,
resistiu às pressões, numa clara demonstração de que instituições
republicanas não se curvam às vontades imperiais de políticos
recordistas de popularidade: cinco mensaleiros já foram condenados.
O presidente do partido relatou sentimentos de angústia e a preocupação
no PT na semana passada, quando João Paulo renunciou à candidatura após
ser condenado por corrupção passiva, peculato duas vezes e lavagem de
dinheiro no Supremo. "Essa elite suja, reacionária não tolera que um
operário tenha mudado o país, que uma mulher dê continuidade a esse
projeto, mostrando que o preconceito que atingia as mulheres não
sobrevive mais", bradou Falcão.
Além dele, líderes do partido como os deputados estaduais Edinho Silva -
também presidente do PT paulista - e Ênio Tatto, e o prefeito de
Osasco, Emídio de Souza (PT), também mencionaram a condenação em
discurso. Nenhum citou o nome de João Paulo, que não foi ao ato.
Padrinho político de Lapas, o prefeito de Osasco, Emídio de Souza (PT),
anunciou nesta segunda-feira que pedirá o afastamento do cargo até o
fim das eleições para se dedicar em tempo integral à campanha de Jorge
Lapas (PT). Emídio afirmou que enviará nesta terça-feira um comunicado
de licenciamento da prefeitura à Câmara Municipal. Ele já vinha
participando de atos, inaugurações de comitês e carreatas desde o início
da campanha, em julho. Antes, recebia o então pré-candidato, deputado
João Paulo Cunha (PT), em agendas oficiais da prefeitura. Depois de o
deputado João Paulo ter sido condenado no julgamento do mensalão e
renunciado à disputa, o prefeito se tornou o principal articulador
político do PT. E sustentou que Lapas, seu ex-secretário de Obras e
Transportes, e de Governo fosse o substituto, mesmo sem nunca ter
disputado uma eleição.
(Com Agência Estado)
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