Na volta aos palanques, Lula ignora mensalão e ataca rivais
PAULO PEIXOTO
DE BELO HORIZONTE
DE BELO HORIZONTE
Cercando-se de cuidados com a voz, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva ignorou o mensalão e provocou adversários em sua volta aos
palanques eleitorais ontem, em Belo Horizonte.
Em seu primeiro comício após o tratamento contra o câncer de laringe,
Lula não citou o julgamento sobre o maior escândalo de corrupção de sua
gestão --que teve nesta semana a condenação do petista João Paulo Cunha.
O ex-presidente preferiu incitar a militância local contra o prefeito
Marcio Lacerda (PSB), candidato à reeleição, de quem o PT foi aliado até
junho. Ele enfrenta o ex-ministro Patrus Ananias (PT).
"Deus colocou o dedo no lugar certo e disse o seguinte: [se] aqueles que
o PT ajudou a chegar no poder não querem mais ficar com o PT, tudo bem.
O PT não vai ficar chorando [...] Que eles saibam: eles não estariam no
governo se não fosse por nós."
Por divergências políticas, o PT deixou a aliança e alega que Lacerda
optou ter como aliado o senador Aécio Neves, do PSDB. A construção da
aliança rachou o PT mineiro, quatro anos atrás.
Pelo PT, o articulador foi o ministro Fernando Pimentel
(Desenvolvimento), vaiado ao discursar ontem no comício de Patrus. O
petista está 16 pontos atrás de Lacerda, segundo o Datafolha.
A praça em BH recebeu cerca de 5.000 pessoas, disse a PM. Acompanhado
por uma fonoaudióloga, Lula falou do câncer, disse que não podia falar
muito para não ter acesso de tosse e que seu maior temor foi ficar sem
voz. Ele falou por 13min29s. Tomou água uma vez durante a fala.
Lula quer ir a compromissos eleitoral em 17 cidades, entre elas Recife e
Fortaleza, que, a exemplo de BH, PT e PSB romperam alianças.
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