domingo, 12 de agosto de 2012

Devaneios e arrebatamentos





“As mãos são as mais culpadas no amor...pecam mais, acariciam.. o seio é passivo; a boca apenas se deixa beijar.. o ventre apenas se abandona.. mas as mãos não... São pequenas e macias e rápidas e sensíveis... correm no corpo”.
 
Sem mãos que correm no corpo, tentaríamos nos apalpar com palavras. Depois que as palavras faltassem, o que nos restaria?  Sem palavras, sem corpo, sem seios, sem ventre entreabertos morreríamos sequiosos, ávidos por prazer.

Por isso, a dificuldade, por isso a reticência e, porque não, o medo. Adoraria, juro, mas acho que seria tormentoso.

Sem isso, podemos nos falar mais solto, vez ou outra. A distância e a conjuntura não ajudam, ao revés. 

Daqui a pouco, não contente com a limitação das palavras, iria exigir imagem sua despida, sem nenhuma peça, escancaradamente exposta aos meus olhos em fogo. 

Mas lhe garanto que a vontade me tomou de assalto. O recuo é necessário. Porém, doloroso.


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