“As mãos
são as mais culpadas no amor...pecam mais, acariciam.. o seio é passivo; a boca
apenas se deixa beijar.. o ventre apenas se abandona.. mas as mãos não... São
pequenas e macias e rápidas e sensíveis... correm no corpo”.
Sem mãos
que correm no corpo, tentaríamos nos apalpar com palavras. Depois que as
palavras faltassem, o que nos restaria?
Sem palavras, sem corpo, sem seios, sem ventre entreabertos morreríamos
sequiosos, ávidos por prazer.
Por isso,
a dificuldade, por isso a reticência e, porque não, o medo. Adoraria, juro, mas
acho que seria tormentoso.
Sem isso,
podemos nos falar mais solto, vez ou outra. A distância e a conjuntura não
ajudam, ao revés.
Daqui a
pouco, não contente com a limitação das palavras, iria exigir imagem sua
despida, sem nenhuma peça, escancaradamente exposta aos meus olhos em
fogo.
Mas lhe
garanto que a vontade me tomou de assalto. O recuo é necessário. Porém, doloroso.
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