sábado, 18 de agosto de 2012

No Palanque do Facebook



FALE CONOSCO
portalsrn@gmail.com
;





Alexandre Rocha- Cientista Político


As redes sociais são locais onde se encontram milhões de pessoas. Só o Fabebook (FB) tem mais 900 milhões de usuários. Hoje, do Papa ao vendedor de pamonha é possível encontrar no FB. Com efeito, em tempos de eleição, o FB virou palanque eleitoral.

Os candidatos aparecem aos montes. Com os melhores sorrisos e frases de impacto, lá estão eles postando fotos com eleitores, fazendo pedidos de amizade, curtindo e sendo curtidos. Ademais, eles têm sites, blogs e twitter tudo interligado para estarem 24 horas on-line.

No FB a campanha é flexível e dinâmica. Não está submetida aos horários do rádio e da televisão. Não é preciso um publicitário por traz. Basta um "smartphone" em rede para postar propostas e feitos a qualquer momento. Os candidatos têm seguidores, fãs, amigos, eleitores todos conectados. Eles podem conversar, discursar, prometer para todos num clique.

Todavia, o que mudou com as campanhas eleitorais no FB?

Na era digital os candidatos não mudaram a forma de fazer campanha. Eles se adaptaram. O que eles fazem muito bem no corpo-a-corpo, agora no FB é multiplicado em centenas de “curtir”, “comentar” e “compartilhar”. Muitos deles continuam com o mesmo enredo demagógico por meio de tecladas.

Não é fácil saber o que é real ou virtual no FB. Hoje existem pessoas com duas vidas: uma no FB e outra fora. Sendo que a primeira é melhor, pois no geral essas vidas são maravilhosas, com fotos em lugares paradisíacos, restaurantes interessantes, pessoas felizes, profissionais bem sucedidos, humanos decididos. Tudo perfeito! Mas na realidade há muita farsa, enganação e ilusão.

Diante disso, como saber o que é real nas vidas dos candidatos? No FB o candidato pode ter perfil extraordinário. Conta lotada! No entanto, talvez ele não conheça o vizinho. Talvez seja extrovertido no FB, porém entre conhecidos próximos é ranzinza. Pode ser que ele seja defensor da honestidade no mural de recados, mas é corrupto no local em que trabalha.

Para candidatos oportunistas, o FB é um local repleto de opções. Eles podem criar com mais facilidade perfis que não correspondem à realidade. Assim, como há muita gente se passando pelo que não é, candidatos podem não ser o que apresentam. É preciso se conectar com o mundo físico novamente. A escolha de um mau candidato não ficará no espaço virtual. Ela terá implicações reais.

No FB o eleitor pode bloquear, deletar e excluir o candidato. Contudo, depois de eleito, não há meio direto de o eleitor revogar ou sacar o candidato do cargo.

Nada obstante, há algo de novo nessa história. A internet pode ser canal de os eleitores conhecerem melhor os candidatos. Para tanto, o eleitor não pode se limitar a não-curtir as postagens no FB dos candidatos. É interessante primeiramente buscar a vida pública deles no velho Google. Depois pesquisar nos sites da justiça, das controladorias, dos tribunais de contas etc. Com isso, conhecer e divulgar o real perfil do candidato.

No palanque do FB poucos candidatos se preocupam em apresentar propostas, a maioria usa para estampar fotos populistas. Mera promoção pessoal. Entretanto, o FB pode ser uma via direita de diálogo entre eleitores e candidatos. Em vez de simples ouvintes, os eleitores podem ser partes do debate eleitoral.

As campanhas eleitorais no FB são reais. Alguns eleitores curtem. Outros criticam. Seja como for, essas campanhas serão mais frequentes, porque O FB é verdadeiramente um palanque aberto para todos. Nele, candidatos e eleitores são iguais. Quem sabe se um dia – FB e outras redes sociais – não se tornem meios para democratizar a discussão política.

Vamos esperar as próximas atualizações.

Nenhum comentário:

Postar um comentário