As chances de Avelar Ferreira

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As chances de Avelar Ferreira

Na semana passada, escrevi sobre as fragilidades do grupo que pretende derrotar o ex-prefeito Avelar. Mostrei como se caminha para uma derrota numa eleição. O ponto fulcral, o nó górdio era exatamente a falta de diálogo, as decisões de inopino, a falta de bom senso, enfim, a incapacidade de se criar um ambiente capaz de agasalhar todo mundo num projeto vitorioso de poder. A ideia é falar, doravante, depois dos registros de candidatura, de cada candidato, sobre as chances de cada um e suas fragilidades. Comecemos pela candidatura que, pelas condições ora apresentadas, aparece como favorita, capaz de vencer, com certa facilidade, o certame eleitoral. O ex-prefeito Avelar Ferreira reúne, hoje, as melhores condições para vitória por diversos motivos. Dos candidatos, é o que mais se identifica com o povão, com a periferia e com um grupo não muito pequeno de parte da “sociedade” são-raimundense. Uma turma acostumada, e como!, a se beneficiar diretamente do “estilo” de governar do grupo dos Ferreira. Além disso, a família-Ferreira foi forjada em disputas eleitorais. Sabe como ninguém vivenciar o jogo eleitoral. Consegue, com facilidade, trabalhar com os elementos imprescindíveis numa eleição do interior: apelo popular - leia-se, populista -, disposição sobre-humana para enfrentar todo o processo eleitoral e uma logística formidável. O “grande adversário” só surgiu agora, com a notícia do problema de reprovação de contas e a eventual impossibilidade de seu registro de candidatura, impugnado pelo Ministério Público. Em todo processo que levou ao registro de candidatura, só nesta altura do jogo algo, a meu ver, pode barrar a vitória do ex-prefeito. Fato digno de nota, e de extrema relevância, o registro da imensa rejeição que acompanha de perto o ex-gestor, derivada de um governo marcado por escândalos de toda ordem. Fora isso, a discussão sobre a situação da candidatura do ex-gestor vai ser estritamente jurídica, vai passar por interpretações que vão demandar não só conhecimento jurídico, mas toda uma ideia sobre moralidade e sobre o alcance da lei da ficha limpa, que prevê impossibilidade de registro de candidatura de quem teve contas de gestão reprovadas por órgãos de controle. Nada está definido. Um longo caminho pode ser percorrido. Os três meses de eleição podem ser poucos para o deslinde do caso. Enquanto isso, vai ficar a interrogação no ar. E as especulações sobre a permanência ou não do ex-prefeito na campanha vai ser tema de falatório por todos os cantos da cidade. Paralelo a isso, Avelar Ferreira vai tentar consolidar a sua liderança apontada em pesquisas e passar a ideia de normalidade. Se vai conseguir, só o tempo, senhor da razão, vai mostrar. Vai ser, certamente, a eleição mais judicializada da história da cidade. Aliás, já está virando rotina. Toda eleição no município está começando e terminando nas barras dos tribunais. É esperar pra ver, caros (e) leitores.