sexta-feira, 20 de julho de 2012

Política de São Raimundo Nonato

As chances de Beto Macedo


Na semana passada, nesta coluna, apontei  as facilidades e as dificuldades da candidatura do ex-prefeito Avelar Ferreira. Como uma candidatura, tida como favorita, pode caminhar pelos caminhos abertos pelo processo eleitoral que está por vir e que obstáculos têm que superar.

Hoje, traço algumas considerações sobre as condições eleitorais de Beto Macedo, atual vice-prefeito de São Raimundo Nonato, candidato apoiado pelo PMDB, de Marcelo Castro.

Beto surgiu na política de SRN recentemente. Na última eleição, 2008, Beto figurou como vice e, certamente, ajudou sobremaneira na vitória do atual prefeito. Com isso, projetou-se como uma novidade na já repetida política local.

Durante os dois primeiros anos, Beto caminhou em harmonia com o prefeito. Comandou a Secretaria de Assistência Social, por meio de sua mulher, e preencheu um espaço político-administrativo considerável, reforçando o seu nome como sucessor natural do prefeito, nessa próxima eleição ou na outra, uma vez que havia a possibilidade de reeleição.

Após dois anos, o que era uma relação relativamente estável começou a esmaecer, a perder força, a entrar em crise. Prefeito e vice-prefeito já não falavam a mesma língua. A exoneração da esposa do vice da Secretaria de Assistência Social foi o ápice da crise.

Some-se a isso, a um fato que se arrasta até hoje: a possibilidade de afastamento do prefeito Herculano, via judicial. No afã de assumir o comando da prefeitura, Beto Macedo começou a se movimentar nos bastidores, contando, realmente, com a possibilidade de assumir. Estava instalada, de vez, a crise.

Chegou-se a se preparar uma festa de posse do vice-prefeito na câmara municipal de São Raimundo Nonato, depois de uma desastrada ação de vereadores de oposição, que afastaram via requerimento o prefeito. O Juiz da comarca acatou um Mandado de Segurança e não permitiu a ascensão do vice ao cargo de prefeito.

Depois de tantos atropelos, depois de uma desarticulação sem precedentes, Beto Macedo, junto com Rogério Castro do PMDB, formaram uma chapa para disputar a eleição, deixando de fora o prefeito Herculano.

O resto da história todo mundo sabe: rompimento formal – já que informalmente, em tese, havia uma aproximação- do prefeito com o grupo e lançamento de uma candidatura própria, com chapa pura do PT.

O imbróglio político continua. Beto Macedo, no entanto, segue com a campanha.

Um carisma particular, um jeito expansivo e uma energia de candidato ajudam a robustecer a candidatura de Beto. Além disso, movimenta-se bem, sabe abordar eleitor e tem como crescer na campanha, caso mantenha o mesmo ritmo. 

Tem como vice Rogério Castro, acostumado com eleição e conhecedor da região interiorana. Conta também com a logística do PMDB, partido mais bem assentado na política local.

Beto tem um desafio imenso pela frente. Foi prejudicado, a meu ver, pela falta de diálogo. No início, tudo embicava para ele: apoio do prefeito, do PMDB, do PTB, do Governador e de da cúpula do PT – Fábio Novo, Wellington Dias.  Enfim.

Perdeu, durante todos esse interregno – vitória na eleição e início de nova campanha- aliados fundamentais para preparar o terreno para vitória.

Informações davam conta, no início, que o único candidato que o grupo Ferreira temia era Beto Macedo, em razão de seu bom trânsito político e de sua capacidade de envolver o eleitor, além da possibilidade  de levar para sua base parte dos que, eternamente, vivem à sombra dos Ferreira. 

O maior desafio da vida do vice-prefeito está lançado. Vencer as eleições e, de vez, entrar para a história política da cidade, reavivando a mística da família Macedo, é o horizonte a ser descortinado por ele.

A coroação da vitória pode vir, afinal a dinâmica da política passa por diversas variáveis, mas cobrará de Beto sangue, suor e lágrimas. 

É isso.








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