quinta-feira, 5 de julho de 2012

Piauí profundo: pobreza extrema

Estou em Cristino Castro, sul do Estado do Piauí. A paisagem, aqui, é lunar: crateras tomam conta do espaço público. A pobreza, o desleixo é uma característica dessa pequena cidade do Estado. E o pior: isso é regra. A grande maioria das cidades desse triste Piauí é assim. Aqui é um retrato perfeito de nosso estágio de desenvolvimento. É o Piauí profundo. O Coração das Trevas.

Vejo e ouço a classe política anunciando novas auroras, novos amanhãs sorridentes. Vejo deputados que se dizem progressistas falando em futuro, em desenvolvimento. São os mesmos que, por exemplo, votam pela enésima vez no atual presidente da Assembleia Legislativa - Themistócles Filho - garantindo poder eterno ao deputado esperantinense que elegeu o irmão deputado federal  negociando favores e benesses. Foram vinte e nove votos a favor da permanência do quarto ou quinto, sei lá, mandato à frente do legislativo estadual. 

Esses mesmos deputados que votaram em Lilian Martins, num dos mais acintosos casos de prostituição política da história desse malogrado Estado. 

Quando vejo um piauiense cantando as glórias do Piauí, tenho pena. Sobe-me à boca uma ânsia igual a que escapa da boca de um cardíaco, parafraseando o maior de todos os poetas, o grande Augusto dos Anjos. 

A tal piauiensidade é só um delírio bobo, tolo. Não há nada a comemorar. Deveríamos, como o mitológico Atlas, carregar a tristeza mundana nas costas. A tristeza de viver num Estado castigado por esses deputados falsários e esses governos de ontem e hoje, que mal sabem disfarçar a hediondez que carregam em sua trajetória de vida, em suas ficha-corrida. 

São só canalhas disfarçados de progressistas.

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