sexta-feira, 27 de julho de 2012

O que importa é sua Excelência, O Fato

Memórias do Mensalão

 




(Comentário aqui publicado em 28.6.2005)

Eliane Cantanhêde, Folha de S. Paulo
Até aqui, tudo o que tem surgido nas investigações da CPI e da imprensa conferem credibilidade às denúncias do deputado petebista.

Primeiro, Jefferson provocou José Dirceu, conclamando o ministro a cair fora do Planalto. E Dirceu caiu. Depois, Jefferson jogou na fogueira o publicitário Marcos Valério, até então desconhecido da imprensa e do público. E a secretária confirmou.

Simultaneamente, Jefferson falou que eram malas e milhões. E a Coaf (que controla atividades financeiras) comprovou os saques milionários. Por fim, Jefferson falou da tal "salinha" próxima à do presidente. E agora é o próprio Valério quem admite que freqüentava o Planalto.

No escândalo que derrubou Collor, o principal algoz foi seu irmão, confirmado depois por uma secretária e um motorista. No que feriu Pitta de morte, as denúncias vieram da ex-mulher. Na compra de votos para a reeleição de FHC, os "aliados" botaram a boca no trombone.

Ou seja: não adianta desqualificar o denunciante pelo que ele é ou pelas motivações, por mais torpes, que o movem. O que importa é sua excelência, o fato. E são eles, os fatos, que se estão impondo e criando um caminho sem volta para a CPI e para a compreensão de todo o processo.

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